Procurando os melhores livros da literatura francesa? Eu apresento aqui os 10 melhores livros da literatura francesa e os melhores escritores franceses para você começar a leitura agora.
Depois que comecei a aprender francês passei a ler vários livros franceses para me aprofundar na cultura francesa.
É difícil escolher os favoritos de todas as obras que li durante esse tempo, mas aqui estão 10 clássicos franceses que você realmente deve conhecer.
A maioria deles são romances franceses publicados no século 19, porque considero esse período a época de ouro da literatura francesa.
Este foi um período fascinante da história francesa e houve grandes mudanças sociais, culturais e políticas. Confira a lista abaixo.
O Estrangeiro, de Albert Camus
O Estrangeiro é um dos melhores romances franceses modernos e um dos livros franceses mais famosos mundialmente.
Este pequeno romance de Camus é um conto filosófico sobre um homem cuja vida muito comum foi interrompida pela morte de sua mãe.
Ele não é particularmente afetado pela morte dela, nem mesmo chora por isso. A sociedade o julga por sua falta de reação e, mais tarde, isso decide o seu destino.
Este é o melhor exemplo de Camus da filosofia do absurdo. Nas palavras do próprio Camus, o herói do livro é condenado porque não joga o jogo.
Ele é um “estranho” à sociedade e Camus o usa para criticar as normas sociais e também os membros da sociedade que ostracizam aqueles que não as seguem.
É o tipo de romance que você deve ler mais de uma vez, captar todas as nuances, mas vale 100% a pena. É curto, mas cheio de perguntas que desafiarão a maneira como você vê a sociedade e a justiça.
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O Amante, de Marguerite Duras
Marguerite Duras é uma das melhores e mais famosas escritoras francesas. O Amante é a obra mais famosa de Duras e é (perturbadoramente) autobiográfico. O livro se passa no Vietnã colonial francês e é contado da perspectiva de uma garota anônima de 15 anos que se envolve com um empresário chinês muito mais velho.
Como tal, tem sido frequentemente comparado ao livro Lolita de Nabokov e até descrito como o Anti-Lolita.
A protagonista é a filha de uma mãe solteira obcecada por dinheiro, status e posição na sociedade. Ela usa sua filha e seu relacionamento com este empresário para benefício próprio.
É muito perturbador, mas uma leitura completamente cativante.
Se você quiser mergulhar nos melhores livros da literatura francesa moderna, Duras é uma das minhas autoras francesas favoritas e este é um ótimo livro para começar.
A maioria dos livros clássicos franceses nesta lista são ambientados na França metropolitana, portanto, a cenário do Vietnã colonial francês aqui diferencia este romance do resto da lista.
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Madame Bovary, de Gustave Flaubert
Madame Bovary é um dos romances franceses mais famosos já escritos. Foi o romance de estreia de Gustave Flaubert e publicado na década de 1850.
A personagem principal, Madame Bovary, é uma mulher que sempre quer mais – ela leu muitos romances franceses e tem uma visão idealizada de como será sua vida e seu casamento.
Ela está constantemente se esforçando por um status social mais elevado, por grandes gestos românticos, por objetos bonitos e muito mais. Ela espera que seu casamento com Charles Bovary lhe traga isso, mas ele não atende às expectativas e, consequentemente, a vida dela também.
Durante o livro vemos o desenvolvimento da personagem de Emma Bovary enquanto sua tentativa de cumprir suas expectativas irrealistas de vida se torna cada vez mais desesperadora. Achei que ela uma personagem totalmente desagradável, mas ela representa um tipo de pessoa muito comum naquela época e na de hoje.
Este é um dos maiores romances franceses e que qualquer pessoa que queira mergulhar na literatura francesa deveria aprender. Flaubert é visto como um dos romancistas franceses mais influentes; na verdade um dos escritores mais influentes de todos os tempos, e seu romance oferece uma visão fascinante da sociedade francesa do século XIX.
Realismo e romantismo se misturam neste romance, o que pode ser do interesse daqueles que estão mais afinados com o estilo literário do que com o enredo.
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Cândido, ou o otimismo, de Voltaire
Cândido é uma espécie de versão adulta de O Pequeno Príncipe. É um romance picaresco de um dos filósofos franceses mais influentes, Voltaire.
Superficialmente, é um conto de aventura, descoberta e até romance, mas na verdade é um comentário sério sobre a sociedade francesa no século XVIII.
Os contos curtos, como Cândido, tornaram-se um gênero literário sério durante esse período, à medida que os escritores mascaravam suas intenções didáticas e filosóficas por trás de contos.
Voltaire usa um viajante como seu protagonista para comparar dois mundos diferentes e permitir questionamentos “inocentes” sobre ideias desconhecidas.
Os leitores podem optar por curtir isso como um conto divertido ou olhar mais a fundo e descobrir as críticas sérias de Voltaire à sociedade em geral, que ainda são relevantes e engraçadas hoje.
Este é um dos livros mais curtos da lista e um ótimo lugar para começar se você não sabe se quer ler os livros mais clássicos da literatura francesa.
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As relações Perigosas de Choderlos de Laclos
Você já deve conhecer Ligações Perigosas pelo filme de 1988 de mesmo nome. Tem um elenco repleto de estrelas, como John Malcovich Glenn Close, Michelle Pfeiffer, Peter Capaldi, Keanu Reeves e Uma Thurman.
Houve outra adaptação famosa de 1999 intitulada Segundas Intensões no Brasil, estrelada por Sarah Michelle Gellar e Reese Witherspoon. Como sempre, porém, o livro é melhor do que o filme!
Ligações perigosas é um conto de decadência e libertinagem entre a aristocracia francesa. É ambientado alguns anos antes da Revolução Francesa e tem tudo a ver com sedução e jogos para diminuir o tédio.
Os dois personagens principais, ex-amantes, escolhem alvos inocentes e desavisados e desafiam um ao outro para seduzi-los. O que começa como um jogo de manipulação termina com consequências mais sérias do que qualquer um deles poderia ter previsto.
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O Imoralista, de André Gide
O Imoralista examina o caso de um homem com esposa e filho, dinheiro e carreira, que está preso em uma complicada rede de relações e responsabilidades sobrepostas.
Ele passa a ver toda a sua vida como uma farsa hipócrita e, em busca de seu verdadeiro, autêntico eu homossexual, abandona tudo.
Este foi, potencialmente, pelo menos, o drama central da própria vida de Gide, o autor, então não é nenhuma surpresa que muitos leitores o identifiquem com seu herói.
O Imoralista é um conto simples, mas profundamente irônico, no qual o narrador em primeira pessoa revela as ambiguidades morais da vida por meio de reminiscências aparentemente inócuas. É a história do processo pelo qual Michel, ao mesmo tempo cauteloso e impulsivo, se descobre, à custa de seu casamento e da vida de sua esposa.
Esta história é uma leitura importante porque observa as relações entre os cidadãos da França e da Argélia francesa, uma parte crucial da história francesa recente.
O estilo também é importante porque Gide usa o conto de primeira pessoa como uma tentativa de desviar a atenção das ligações com sua própria vida, afirmando que ele está escrevendo a mente de seu personagem e não ele mesmo.
Isso foi importante nos primeiros estágios do século XX, quando escrever abertamente sobre a homossexualidade e explorá-la era um tabu.
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As Flores do Mal, de Charles Baudelaire
Baudelaire foi um dos poetas franceses mais influentes, inspirando nomes como Verlaine, Rimbaud e Mallarmé.
Sua obra mais famosa é Les Fleurs du Mal ou As Flores do Mal, uma coleção de poemas sobre as mudanças que Paris sofreu devido à industrialização no século XIX.
Baudelaire insistiu que As flores do mal não era apenas uma coleção de poemas isolados, mas uma sequência deliberadamente arranjada.
O movimento através dessacoleção é triplo: a busca por um êxtase desejado, o tormento do fracasso em encontrar a perfeição e, finalmente, a afirmação do valor amargo, limitado, mas intenso que permanece.
Ele retrata a banalidade da sociedade ao longo de sua obra de forma honesta e poética, o que torna a leitura valiosa.
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O Vermelho e o Negro, de Stendhal
Stendhal aborda muitas questões sociais em seus romances, incluindo política, a igreja, a vida provincial francesa, o papel das mulheres e da classe social.
Muitos escritores populares abordaram esses temas na época, mas Stendhal se destaca de seus contemporâneos por se concentrar na psicologia de seus protagonistas.
Como tal, ele é considerado por muitos como o criador do romance psicológico.
Em O Vermelho e o Negro, acompanhamos a vida de Julien Sorel, um jovem de origens humildes que tenta superar sua criação. Ele tem grandes aspirações e logo percebe que a única maneira de subir na hierarquia social é adotar a hipocrisia predominante entre a aristocracia materialista.
No entanto, enquanto se esforça para se tornar importante, ele na verdade acaba como um peão dos homens influentes ao seu redor. Este retrato satírico da sociedade francesa foi considerado um romance à frente de seu tempo e precisa entrar na sua lista de livros a serem lidos.
O Vermelho e o Negro é uma crítica severa à posição subordinada das mulheres na sociedade e a escritora feminista Simone de Beauvoir elogiou Stendhal em sua obra.
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O Misantropo, de Molière
Molière é basicamente um Shakespeare francês (nós brasileiros poderíamos dizer o Nelson Rodrigues francês?). Ele escreveu um grande número de peças no século XVII, que ainda são muito populares na França hoje.
Ele é conhecido por suas sátiras da sociedade, e, surpreendentemente, muitas de suas avaliações de caráter são tão engraçadas e relevantes hoje quanto eram há 400 anos.
Na verdade, as avaliações de seu personagem são tão astutas que irritaram muitas pessoas (a verdade dói!) e várias de suas peças foram proibidas.
O misantropo é uma de suas peças mais célebres e zomba das falhas da humanidade. Diz respeito à aristocracia francesa e nosso personagem principal, Alceste, é um misantropo, alguém que evita e não gosta da sociedade humana.
Ele se recusa a ser bonzinho na sociedade e a se conformar com as convenções sociais sem sentido, o que o torna incrivelmente impopular. Molière utiliza o personagem para criticar os problemas abundantes na sociedade da época, mas também o critica. Ninguém pode escapar do olhar crítico de Molière!
Eu sei que ler uma peça não é a mesma coisa que vê-la e, definitivamente, não será para todos. No entanto, as peças extremamente engraçadas de Molière são leituras muito agradáveis e você vai adorar o trabalho dele se for fã de sátira.
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Os Miseráveis, de Victor Hugo
Escolher ler Os miseráveis, de Victor Hugo, é uma tarefa e tanto. Admito que este é o único livro desta lista que ainda não consegui terminar sozinho – é simplesmente enorme!
Mas uma lista dos melhores livros da literatura francesa não estaria completa sem algo de Victor Hugo. Eu não ficaria surpreso se Os miseráveis fosse a primeira obra da literatura clássica francesa que veio à mente quando você clicou neste post.
Tenho certeza de que a maioria das pessoas já conhece o enredo assistindo ao musical ou ao filme, mas aqui vai: nosso personagem principal, Jean Valjean, é libertado da prisão após 19 anos, onde foi preso por roubar pão.
Ele quebra a liberdade condicional e vira um proprietário de fábrica e prefeito de sucesso, mas Javert, um oficial da prisão, o persegue incansavelmente.
Este romance traz à luz os arruinados sistemas políticos e judiciais franceses no século 19, a luta perene entre o bem e o mal e as vidas desesperadas das pessoas no submundo francês.
Há romance, drama, crítica social, emoção, história e revolta. Se você se esforçar para ler este livro de mais de 1200 páginas, será recompensado com o melhor que a literatura francesa tem a oferecer.
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