Liev Tolstói é considerado por muitos como um dos maiores romancistas de todos os tempos. Vamos dar uma olhada em seus melhores trabalhos, desde os romances épicos e novelas que retratam a sociedade russa em que ele cresceu até os relatos de não-ficção de sua crise espiritual e subsequente despertar. Confira a seguir a nossa lista dos 10 melhores livros de Tolstói.
10 Melhores Livros de Tolstói
1. Anna Kariênina
Muitas vezes considerado o maior romance já escrito de acordo com os principais autores, Anna Karenina é a obra-prima de 1877 que pinta uma imagem vívida da sociedade russa da época. O livro considerado por Tolstói como seu primeiro romance, Anna Karenina, conta a história de uma mulher de mesmo nome na sociedade russa que, inicialmente presa pelas convenções sociais, ousa deixar seu casamento sem amor por um amor ilícito e sofre consequências trágicas.
Outro titã da literatura russa, Fiódor Dostoiévski, descreveu Anna Karenina como uma “obra de arte impecável”, então se você vai ler apenas um romance de Tolstói, provavelmente deve ser esse.
2. Guerra e paz
Com mais de 1.000 páginas e 580 personagens únicos (alguns históricos, muitos fictícios), você seria perdoado por pular Guerra e Paz em favor de algo um pouco menos intimidador se estiver atrás de uma leitura leve e fácil.
Esta obra-prima da literatura russa não deve, no entanto, ser evitada levianamente, pois qualquer um que empreenda essa tarefa aparentemente gigantesca certamente colherá as abundantes recompensas enterradas nas páginas deste romance épico. Acompanhando a vida de uma rede de famílias aristocráticas russas na época da invasão de Napoleão, Guerra e Paz foi muito influenciado pelas cenas de batalha em Os Miseráveis de Victor Hugo.
3. A Sonata a Kreutzer
Tomando o nome da partitura musical de Mozart com o mesmo nome, A Sonata a Kreutzer é uma novela controversa e polêmica que foi rapidamente censurada pelas autoridades russas após sua publicação em 1889.
Detalhando o ciúme crescente do personagem principal Pozdnyshev e a eventual paranóia total sobre sua esposa e seu relacionamento com seu parceiro de música, A Sonata a Kreutzer detalha a visão de Tolstói sobre a hipocrisia das convenções conjugais do século XIX. Avaliando o papel que a música, a arte, o amor e a luxúria desempenham na sociedade e a complexa e multifacetada relação entre os sexos, esta crítica esclarecedora não deve ser desperdiçada.
4. A morte de Ivan Ilitch
Outra das célebres novelas de Tolstói, A Morte de Ivan Ilitch trata do sensível tema da morte e do morrer, quando o juiz e protagonista da alta corte Ilitch é confrontado, pela primeira vez, com sua inevitável e inescapável mortalidade.
Escrito em um momento de profunda crise espiritual na vida pessoal de Tolstói, A Morte de Ivan Ilitch é o culminar artístico de um hiato profissional de nove anos após a publicação de Anna Karenina. Muitas vezes sombriamente cativante e terrivelmente cativante, esta novela artística também desenvolve a exploração da filosofia de Tolstói e a salvação redentora do cristianismo – a mesma exploração que levou à sua excomunhão da Igreja Ortodoxa Russa.
5. Contos de Sebastopol
A passagem de Tolstoi como segundo-tenente de um regimento de artilharia durante a Guerra da Criméia forma a base desses três contos, que estão entre seus primeiros escritos. Os contos – “Sebastopol em dezembro”, “Sebastopol em maio” e “Sebastopol em agosto” – são vagamente baseados nas próprias experiências de Tolstoi na guerra, e seus principais objetivos eram trazer para a população russa as verdadeiras atrocidades da guerra. Muitos dos eventos relacionados ao longo desses três curtos ‘esboços’ foram os precursores dos episódios narrados em Guerra e paz, então leia-o primeiro para mergulhar os pés nas águas um tanto avassaladoras.
6. Ressurreição
Este romance do final do século 19 sobre os esforços de redenção do nobre Dmitri Ivanovich Nekhlyudov após uma vida de pecado é o último grande romance de Tolstoi antes de sua morte em 1910. Os leitores terão um relacionamento complexo com o atormentado protagonista e suas tentativas desesperadas de redenção e perdão, já que as decisões equivocadas de Nekhlyudov e os erros juvenis muitas vezes não são tão diferentes dos nossos.
Ressurreição é uma exposição contundente dos inúmeros preconceitos do sistema de justiça artificial e da hipocrisia do establishment, enquanto também explora a filosofia econômica do georgismo – da qual Tolstói se tornou um forte defensor no final de sua vida.
7. Os cossacos
Este pequeno romance segue o nobre Dmitri Olenin que, assim como o próprio Tolstói, se junta ao exército depois de se desencantar de sua vida privilegiada. Em parte biográfica, a história tem suas raízes nas próprias experiências militares de Tolstói nos estágios posteriores da Guerra do Cáucaso, mas o conto fictício do aristocrata russo que se apaixona por uma garota cossaca tem muitos paralelos com Anna Karenina.
Tolstói começou a escrever Os cossacos em 1857, terminando-o apenas seis anos depois para pagar suas dívidas após uma perda particularmente dolorosa nas cartas, mas seu rápido término definitivamente não tira seu valor.
8. Uma confissão
Quando completou 50 anos, Tolstói já havia escrito os romances imensamente aclamados que garantiriam sua posição como um dos gigantes da literatura russa, mas, em nível pessoal, sucumbiu a uma profunda crise moral e espiritual.
À beira do suicídio, comprometeu-se a encontrar o “sentido da vida” com uma ampla e voraz leitura dos principais textos religiosos. O livro autobiográfico uma Confissão é um relato dolorosamente franco e extraordinariamente honesto desse período conturbado, e narra sua jornada da profunda crise moral ao seu subsequente despertar espiritual.
9. O reino de Deus está em vós
O tratado filosófico de Tolstói de 1894, publicado após sua profunda crise espiritual e consequente conversão ao fervoroso cristianismo, explora a relação crucial – segundo ele – entre pacifismo e religião. Foi a crença inabalável de Tolstói em “dar a outra face” que, na verdade, levou este livro a ser banido na Rússia, uma vez que sua mensagem era considerada uma ameaça à Igreja e ao Estado.
No entanto, isso não fez nada para retardar a propagação das ideias de Tolstói sobre a resistência não-violenta, e os temas explorados nas páginas de O Reino de Deus está em vós tiveram uma profunda influência em algumas das figuras mais importantes do século 20, incluindo Mohandas Gandhi e Martin Lutero King Jr.
10. Khadji-Murát
Tolstói retorna ao tema do Cáucaso, baseando o enredo em uma história real que havia chamado sua atenção mais de 40 anos antes, durante seu serviço militar na região. Hadji Murat, o braço direito do líder dos Avers, Imam Shamil, passa para o lado russo. Ele é recebido como um querido convidado pelo comando do exército. Hadji Murat promete persuadir o Daguestão a forjar uma aliança com os russos se eles o ajudarem a resgatar sua família do cativeiro de Shamil. Claro, nem todos acreditam que o “desertor” é genuíno…
